Tal como é...

A vida... Tal como foi e como continua a ser. Porque falar dela é exorcizar os fantasmas e recordar os anjos...

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Localização: Lisboa, Lisboa, Portugal

quinta-feira, agosto 18, 2005

Pedra verde

Num dos dias da minha infância, durante a época balnear, ia habitualmente, como qualquer normal criança, usufruir de algumas manhãs de praia. Eram viagens de família, com uma parte da família que vivia no litoral, vivendo eu no interior; que ocupavam toda uma manhã e grande parte da tarde. Começavam cedo. Implicavam a deslocação em transportes públicos e tinham como destino as praias próximas da foz do rio. Do que me lembro era de que, algumas vezes, não raras vezes; o nevoeiro já por lá se encontrava mesmo antes de qualquer veraneante chegar à dita praia. Também me lembro, perfeitamente, de outra coisa – o lanche a meio da manhã. Ainda hoje recordo que o cheiro do pão fresco, com qualquer complemento no seu interior. Era um conforto para a alma. Não raras vezes me lembro, passado este terço de século, do bem que me sabia aquele pão.
Numa dessas idas, passeando pela praia encontrei uma pedra que me pareceu especial. Era verde e quase transparente. Era do tamanho de um pequeno feijão. Olhei-a, guardei-a e, durante muito tempo, pensei que tinha encontrado uma preciosidade. O tempo foi passando e a ideia de preciosidade não me saía da cabeça. Tanto que essa mesma preciosidade contava-se entre os objectos de maior valor e utilidade – peças de ouro (daquelas que nos oferecem quando comemoramos aniversários até aos cinco ou seis anos), cartões de cidadão, chaves das mais diversas entradas e portas, recordações especiais e outras que sejam.
Passados alguns anos, não porque os meus conhecimentos em geologia se tenham aperfeiçoado, mas, sim porque a importância das pequenas coisas se possa ter tornado menos significativa, resolvi verificar que tipo de pedra poderia ser a dita. Afinal não era uma pedra. Tratava-se de um pedaço de vidro de garrafa, lapidado pelo tempo passado de encontro à areia do mar.
O que nos faz pensar que as coisas são especiais é a nossa própria opinião sobre as mesmas coisas. A nossa opinião. O que se mantiver especial, depois de comparado e sujeito a outras opiniões, tem mesmo que ser diferente. A minha pedra já não será assim tão especial quando comparada com outras. Certo é que continuo a achar que é a pedra mais bonita que alguma vez vi. E já vi muitas. O que, também, é certo é que, durante muito tempo, aquela pedra foi a única e verdadeiramente importante.

segunda-feira, junho 27, 2005

Porquê aqui...

Esta ideia de escrever a vida é uma ideia que já vem de há muito tempo. Ponto. A questão seguinte seria decidir o meio. Um livro? Um diário? Porque não um blog? E assim será. Aqui mesmo. Neste blog.
A segunda questão será saber qual será o método. O método será escrever sem qualquer organização cronológica mas com identificação temporal. Vamos a isto....