Pedra verde
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Numa dessas idas, passeando pela praia encontrei uma pedra que me pareceu especial. Era verde e quase transparente. Era do tamanho de um pequeno feijão. Olhei-a, guardei-a e, durante muito tempo, pensei que tinha encontrado uma preciosidade. O tempo foi passando e a ideia de preciosidade não me saía da cabeça. Tanto que essa mesma preciosidade contava-se entre os objectos de maior valor e utilidade – peças de ouro (daquelas que nos oferecem quando comemoramos aniversários até aos cinco ou seis anos), cartões de cidadão, chaves das mais diversas entradas e portas, recordações especiais e outras que sejam.
Passados alguns anos, não porque os meus conhecimentos em geologia se tenham aperfeiçoado, mas, sim porque a importância das pequenas coisas se possa ter tornado menos significativa, resolvi verificar que tipo de pedra poderia ser a dita. Afinal não era uma pedra. Tratava-se de um pedaço de vidro de garrafa, lapidado pelo tempo passado de encontro à areia do mar.
O que nos faz pensar que as coisas são especiais é a nossa própria opinião sobre as mesmas coisas. A nossa opinião. O que se mantiver especial, depois de comparado e sujeito a outras opiniões, tem mesmo que ser diferente. A minha pedra já não será assim tão especial quando comparada com outras. Certo é que continuo a achar que é a pedra mais bonita que alguma vez vi. E já vi muitas. O que, também, é certo é que, durante muito tempo, aquela pedra foi a única e verdadeiramente importante.